Esta ação é dividida em 5 secções, com o propósito de monitorizar os objetivos principais das Ações de Conservação planeadas. Espera-se entregar relatórios anuais sobre o progresso desta ação.
Secção I – Monitorização da Ação C1

Prunus lusitanica em desenvolvimento
Desde o início do projeto que a taxa de germinação das sementes e a taxa de sobrevivência das plantas recolhidas na Ação C1 está a ser monitorizado.
Secção II, III e V – Monitorização das Ações C2, C3, C4, C5 e C7
Foram instalados 41 transectos permanentes, onde a vegetação é analisada anualmente na primavera e no outono. Isso permitirá a avaliação da evolução da vegetação após a implementação das medidas de gestão planeadas. A monitorização será realizada comparando a situação pré-projeto com a situação pós-intervenção. Os transectos foram instalados nas três áreas de intervenção (Serra da Estrela, Mata da Margaraça e Monchique).

instalação dos transectos nas áreas de Monchique

instalação dos transectos nas áreas de Monchique

instalação dos transectos nas áreas de Monchique

instalação dos transectos nas áreas de Monchique
O primeiro inventário de espécies florísticas foi feito em todos os transectos na primavera de 2018. A lista de espécies e a área de ocupação são revistas todos os anos para monitorizar o desenvolvimento das medidas de gestão implementadas ao longo do Projeto. Até o momento, os resultados mostram uma presença muito significativa de espécies heliófilas, principalmente nas áreas C5, mas também nas áreas C3, o que suporta a necessidade de controle deste tipo de vegetação para reduzir o risco de incêndio. Na Estrela, os resultados mostram a falta de Azereiro nas áreas de intervenção C4 e C7 e uma presença variável nos transectos das áreas da Ação C2. Também foi observada uma presença muito significativa de espécies heliófilas, tanto nas áreas de Azereiro quanto nas áreas de C4 e C5. Na Mata da Margaraça, os resultados são semelhantes, embora demonstrem o impacto dos incêndios no território. Em Monchique, como esperado, a adelfeira é inexistente nas áreas de intervenção C5 e C7 e possui uma cobertura média de cerca de 60% nas áreas monitorizadas a serem intervencionadas pela ação C3. Além disso, a riqueza florística é maior em transectos instalados em áreas de adelfeira.

inventários das espécies florísticas em Monchique

inventários das espécies florísticas em Monchique

inventários das espécies florísticas em Monchique
Além disso, foram recolhidas amostras de solo ao longo dos transectos em 3 pontos diferentes e em diferentes profundidades. Isso possibilitará determinar a composição e a textura (qualidade do solo) antes de iniciar as intervenções no terreno. Após a implementação das medidas de gestão planeadas, serão recolhidas novas amostras nos mesmos transectos para que seja possível fazer uma comparação entre as amostras.
Secção IV – Monitorização da Ação C6,
Foi selecionada uma parcela de 100 m2 para monitorizar as áreas de Acacia dealbata. Além disso, foram recolhidas informações sobre a presença de espécies, localização (latitude e longitude), diâmetro à altura do peito (2 medidas perpendiculares), altura da árvore, distância da copa e diâmetro da copa. Para as áreas de Hakea sericea, como é muito difícil entrar dentro desta comunidade, os valores de monitorização foram obtidos após o corte das espécies sob a ação C6. Na parcela de Acacia dealbata, foram contadas 52 árvores (49 Acacia delabata, 2 Arbutus unedo e um Pinus pinaster). A altura média das árvores de A. dealbata foi de 10,2 m, a altura da copa de 6,17 m e o diâmetro da copa de 1,8 m. Esses valores mostram que a área é composta por plantas altas e muito densas.
Está a ser monitorizado o impacto socioeconómico do projeto a nível da economia local, nomeadamente do emprego, desenvolvimento empresarial, contributos à igualdade social, aumento de conhecimento e competências da população e das partes interessadas dos territórios-alvo, durante o decorrer do projeto. Para tal, dividiu-se esta ação em 3 secções:
I. Estabelecimento da situação de referência no início do projeto, através de indicadores socioeconómicos, e avaliação da sua evolução no fim do projeto.
Foram definidos 35 indicadores, entre eles: emprego, desenvolvimento empresarial, formação, eco-turismo, sensibilização e educação ambiental e divulgação do projeto para o público em geral. Simultaneamente, foi estabelecida a situação de referência, realizada uma análise SWOT e uma análise estrutural, com o objetivo de definir e perceber a dinâmica socioeconómico e o potencial impacto do projeto no habitat 5230*.
II. Realização de inquéritos e questionários aos utilizadores web, acerca do site, e dos seus conteúdos (E1).
O objetivo é analisar o impacto do projeto no conhecimento dos utilizadores da World Wide Web e das redes sociais acerca do habitat-alvo e análise do contributo da Internet, enquanto veículo de informação e sensibilização para a conservação. Para tal, foram realizados 100 inquéritos online e toda a informação tratada está refletida no relatório de monitorização.
III – Monitorização dos conhecimentos da população nos territórios de intervenção acerca do habitat 5230* (ações E1, E2, E3),
Para verificar o impacto da informação transmitida durante o projecto, estão a ser realizados questionários, anualmente, à população local (foto 1) de cada área de intervenção. Desta forma, será avaliado o efeito das ações de disseminação nos conhecimentos do habitat 5230* assim como dos conhecimentos sobre tópicos relacionados: espécies invasoras, serviços dos ecossistemas, prevenção de incêndios e biodiversidade.
A avaliação inicial foi realizada em 2019 e a avaliação final foi concluída em 2023.
Os Serviços dos Ecossistemas são importantes benefícios que as pessoas retiram dos sistemas naturais, e da biodiversidade a eles associada, para o seu bem-estar. Porém, muitos dos bens e serviços dos ecossistemas são produzidos ao nível do habitat e, consequentemente, associados diretamente à cobertura do solo. Todas e quaisquer ações ou decisões que induzam uma mudança na gestão do território ao nível da cobertura do solo, interferem na capacidade que os habitats têm para produzir esses bens e serviços e afetam, igualmente, a conservação de algumas espécies. Neste sentido, é importante conhecer de que forma o projeto Life-Relict poderá ou irá influenciar a capacidade dos habitats para a produção dos serviços do ecossistema nas áreas de intervenção.
Para tal, com base na metodologia TESSA, no final de 2019, elaborou-se o primeiro relatório que teve com objetivo fazer uma abordagem inicial à função dos ecossistemas nas áreas de intervenção do projeto, avaliando o estado atual e estimando um estado alternativo com base nos resultados esperados após a execução do Life-Relict. Assim, em primeiro lugar, identificaram-se os habitats que ocorrem atualmente no território e as atividades que têm, ou poderão vir a ter, impactos na cobertura do solo. De seguida, foi feita uma cartografia preditiva da ocupação do solo no futuro (no período estimado de 20 anos), tendo em consideração os impactes que as atividades identificadas produzem nos habitats atuais. Neste processo foram consideradas apenas as atividades relacionadas com o Life-Relict e com a dinâmica natural, uma vez que estas são as únicas cujos resultados podem ser previstos cartograficamente. Seguidamente, foram identificados os serviços dos ecossistemas associados aos habitats atuais e futuros, e a respetiva extensão territorial (com base na cartografia atual e futura dos habitats).
Como resultado, foram identificados 23 serviços do ecossistema produzidos pelos habitats presentes nas áreas de intervenção do Life-Relict e cada habitat foi avaliado sobre a sua capacidade de produção destes mesmos serviços. No geral, os resultados obtidos mostram um aumento dos principais serviços dos ecossistemas nestes territórios, muito devido ao aumento previsto das florestas nativas. Dos Serviços dos Ecossistemas identificados, 13 serão monitorizados de forma detalhada, no âmbito do Life-Relict, devido às limitações existentes em recursos humanos, logísticos e financeiros necessários para monitoriza-los a todos. Estes serviços serão: Regulação e manutenção da proteção de pessoas contra incêndios; Regulação e manutenção do património genético; Regulação e manutenção do controlo de pragas (inclui espécies invasoras); Regulação e manutenção dos efeitos de decomposição na formação do solo; Aprovisionamento de plantas ou cogumelos comestíveis; Aprovisionamento de fibras ou outros materiais; Aprovisionamento de sementes (colheita); Cultural de Turismo, saúde e lazer (ativo); Cultural de Turismo, saúde e lazer (passivo); Cultural de Investigação científica e conhecimento tradicional ecológico; Cultural de Educação Ambiental e formação; Cultural de Elementos simbólicos; Cultural de Valor existencial; Cultural de Valor para as futuras gerações.
No final do projeto foi produzido o relatório onde se apresentou todos os resultados da monitorização dos serviços do ecossistema selecionados.
No início de 2019, depois de compilar todas as informações financeiras necessárias, prosseguimos com a análise de custo-eficiência para as três ações iniciadas até ao final de 2018 (C1, C3 e C7) e, assim, o relatório inicial foi concluído. A análise foi feita com a seguinte metodologia: para a ação C1, comparamos o custo da recolha de sementes e propagação de plantas com o número de plantas produzidas; para as sub-ações C3.1 e C7.2, dividimos os custos pelo número de hectares executados em cada ação.
Em 2023, o relatório final foi produzido comparando o custo das ações com os resultados obtidos.
Desde o início do Life-Relict que compilamos as informações necessárias para preencher os indicadores de desempenho do projeto com a ajuda de todos os parceiros. Os relatórios de 2018 e 2019 foram entregues.
Em relação ao último relatório (2019), as melhorias foram obtidas para indicadores relacionados à resiliência da biodiversidade, como consequência das intervenções realizadas na ação C1, C3 e C7 para diminuir o risco de incêndio e melhorar a estrutura das comunidades florísticas. Também com grande melhoria estão os indicadores relacionados às ações de comunicação, disseminação e consciencialização, como consequência das ações E’s, por exemplo: número de estudantes e população local envolvida e o sucesso das páginas da Web e do Facebook (medidas pelo número de visitas e seguidores, respetivamente). Houve também uma melhoria nos indicadores relacionados a gestão florestal, resultante da melhoria de algumas áreas de Azereiral.
Em relação aos KPI, o mesmo relatório mostra que as medidas de gestão adotadas até o momento contribuíram para melhorar indicadores como: 1.5. melhoria do estado de conservação de uma área; 4.2.1 gestão florestal de bosques de Quercíneas, 7.3. condição do habitat e 7.5. Habitats do anexo I. No entanto, devido a alguns atrasos mencionados anteriormente no trabalho de gestão, esses indicadores ainda apresentam valores baixos. Espera-se que sejam revertidos em 2020. Por outro lado, o sucesso das atividades realizadas nas ações E foi traduzido numa melhoria de um conjunto de indicadores, em particular: 11.1. Número de pessoas / visitas únicas da página da web; 12.1 Intercâmbio e 12.2. Formação e educação. Em relação a esses indicadores, com exceção de “Publicações / Relatórios”, as metas previstas para o final do projeto já foram atingidas.
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