“Ao louro (Prunus lusitanica) le gusta ver el agua, pero no tocarla”
Este ditado popular extremenho (Cáceres) diz muito sobre a ecologia do azereiro. Resguardado dos frios mais intensos, em áreas de baixa a média altitude de algumas serras do Centro de Portugal e orientados, de tal forma, que evita receber diretamente os ventos frios do quadrante norte, assim vegeta o azereiro. Não é correto afirmar que se trata de uma árvore ripícola como os salgueiros e os amieiros. Prefere solos siliciosos derivados de xistos e granitos, por vezes de quartzitos. Contudo, a humidade ambiental e edáfica é fundamental, não tolerando a seca estival pronunciada, nem Invernos extremamente frios. Devemos, pois, considerar os azereirais como bosquetes climatófilos dada a sua dependência estrema quer da compensação hídrica, garantida pelas neblinas recorrentes destes vales, quer das escorrências superficiais e dos lençóis freáticos que escoam próximo da superfície, em barrancos e córregos de vertentes expostas preferencialmente a norte.