Universidade de Évora e GEOTA unem esforços para restaurar os Habitats naturais na serra de Monchique

A Universidade de Évora e o GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente assinaram um protocolo de colaboração mútua no início do mês de janeiro (2020) com o objetivo de criar sinergias entre os projetos de conservação que cada entidade coordena na serra de Monchique.

Com o propósito de conservar um dos habitats naturais mais raros da Europa e um dos mais singulares da serra de Monchique, a Universidade de Évora coordena o Life-Relict. Este projeto tem como principal objetivo a conservação das comunidades arborescentes de espécies lauróides (habitat prioritário para a conservação listado no Anexo I da Diretiva Habitats com o código 5230*). É aqui que vivem as plantas testemunhas das florestas de Laurissilva que ocuparam a Península Ibérica em épocas geológicas passadas, quando o clima dominante era do tipo subtropical. Nesta situação estão os raros Adelfeirais, dominados pelos imponentes arbustos de Rhododendron ponticum subsp. baeticum, espécie florística escassa e fragmentada nas áreas do oeste da Península Ibérica. Entre as mais variadas ações concretas de conservação levadas a cabo pelo Life-Relict, é de destacar as que pretendem beneficiar as etapas maduras da sucessão ecológica, incluindo os bosques potenciais da serra de Monchique. Pois pretende-se incrementar a área de floresta autóctone e, por conseguinte, aumentar a resiliência e a robustez deste habitat prioritário, face à exposição das ameaças mais significativas, como é o caso dos fogos, das intervenções silvícolas inadequadas, propagação de espécies exóticas invasoras, alterações climáticas, entre outras.

Simultaneamente, o GEOTA coordena o projeto Renature Monchique, projeto que visa restaurar os principais habitats da Rede Natura 2000 afetados pelo incêndio de 2018 que, considerado como o maior da Europa, consumiu mais de 27 mil hectares deixando um rasto de destruição no património natural. Assim, está previsto renaturalizar a paisagem da serra de Monchique com mais de 75 mil árvores de espécies autóctones. Prevê-se ainda conseguir contribuir para o bem-estar da comunidade local e mitigar os futuros impactes das alterações climáticas no território.

Desta forma, como os objetivos específicos do projeto Life-Relict (UÉ) e do projeto Renature Monchique (GEOTA) complementam-se, tornou-se evidente a necessidade de uma cooperação entre as entidades coordenadoras, potenciando o melhor sucesso na salvaguarda do património natural deste Sítio de Importância Comunitária através da replicação e transferência de conhecimentos adquiridos por ambas as partes.

A serra de Monchique tem cerca de 78 mil hectares e alberga mais de duas dezenas de habitats naturais e seminaturais, sendo 5 deles considerados prioritários para a conservação pela Diretiva Habitats (92/43/CEE). É por isso, designado Sítio de Importância Comunitária (SIC), estando num contexto biogeográfico muito particular e onde existem espécies florísticas raras, algumas endémicas e outras ameaçadas de extinção, como é o caso do carvalho de Monchique (Quercus canariensis) Esta planta, em conjunto com outras espécies florísticas da região, confere particular valor à floresta autóctone da serra de Monchique.

Contudo, a atividade económica com ocupação de solo mais expressiva é a florestal, onde algumas dezenas de milhares de hectares estão ocupados com povoamentos de eucaliptos e pinheiros bravos. Adicionalmente, a maioria da área deste SIC tem uma dinâmica socioeconómica frágil e a propensão para o abandono é bastante elevada, uma vez que o rendimento do trabalho está a menos de 60% da média da região (Algarve). Talvez por isso, os fatores de ameaça mais significativos sejam a florestação intensiva com espécies exóticas, os incêndios florestais, a destruição da vegetação autóctone, a expansão de espécies exóticas invasoras bem como as alterações climáticas, entre outras ameaças que, comutativamente, estão a contribuir para uma franca degradação da floresta autóctone da Serra de Monchique.

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Para mais informações sobre o projeto do GEOTA, visite: https://www.renaturemonchique.org/

 

 

 

 

A 3ª Jornada Técnica irá ser sobre Propagação de Espécies Vulneráveis no CICYTEX

No próximo dia 14 de Fevereiro, irá realizar-se a 3ª Jornada Técnica, desta vez relacionada com a Propagação de Espécies Vulneráveis no Centro de Investigações Científicas e Tecnológicas da Extremadura (CICYTEX). Os formadores serão os próprios técnicos do CICYTEX, nomeadamente David Garcia Alonso, Maria José Guerra e Francisco Vasquez Pardo que, irão apresentar os processos de germinação, falar sobre os cuidados no desenvolvimento da planta bem como no processo de endurecimento e micorrização. A multiplicação vegetativa também será abordada nesta Jornada Técnica.

A 3ª Jornada Técnica terá lugar no Centro LA ORDEN (CICYTEX), Guadajira, em Badajoz, Espanha. As inscrição são gratuita mas obrigatórias através do email frvazquez50@hotmail.com ou vspp@uevora.pt

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Life-Relict promove visitas ao Bosque de Azereiros em Cabeça, durante o evento da Aldeia Natal 2019

No dia 14 de dezembro, a equipa do Projeto Life-Relict dinamizou mais uma visita interpretativa ao bosque de Azereiros em Cabeça, concelho de Seia. A atividade consistiu num passeio pedestre com cerca de 3km na envolvente da aldeia de Cabeça e estava inserida no programa do evento de Cabeça, Aldeia Natal. Para os cerca de 30 participantes, foi possível passear ao longo da ribeira de Loriga bem como observar as várias espécies de plantas existentes na envolvente desta maravilhosa aldeia, como é o caso do castanheiro (foto 1, 2, 3 e 4).

Durante a visita houve várias paragens estratégicas para se poder apresentar aos participantes os objetivos do projeto Life-Relict, as várias ações concretas de conservação que estão a decorrer neste território em particular e, claro, o Azereiro (Prunus lusitanica subsp. lusitanica) que é uma árvore rara, nativa da Península Ibérica, Pirenéus franceses e Norte de África, considerada em Perigo de Extinção pelo IUCN e alvo deste projeto Life (foto 5 e 6)

As comunidades de Azereiros são favorecidas pela presença de alguma água e, consequentemente, para a sua preservação é necessário restabelecer os caudais de levadas, canais de condução de água, usados antigamente no regadio tradicional. Esta levada (foto 7 e 8), encontrava-se em mau estado de conservação devido ao abandono da atividade agrícola e foi recuperada pela equipa do Life-Relict sendo esta uma das ações concretas de conservação para os Azereirais. Outra paragem estratégica para que se pudesse explicar aos participantes como a equipa do Life-Relict procedeu ao controlo de matos heliófilos nesta área, reduzindo assim a carga combustiva e assim o risco de incêndio (foto 9).

Os participantes puderam usufruir de paisagens lindíssimas, únicas e genuínas como estas nas imagens (fotos 10, 11 e 12). Houve também oportunidade para superar desafios e vivênciar aventuras. Por fim, ainda houve oportunidade de tirar algumas fotografias de grupo antes de terminar a visita ao bosque dos Azereiros e procedeu-se ao convívio entre os participantes num magusto no forno comunitário da aldeia de Cabeça (foto 13, 14 e 15).

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No dia 27 de dezembro, voltou-se a repetir o passeio pedestre, desta vez pela Rota dos Socalcos eorganizado pelo CISE – Centro de Interpretação da Serra da Estrela, e parceiro do Life-Relict.

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A Comunicação e disseminação do Projeto Life-Relict

Durante o mês de novembro (2019), a equipa do Life-Relict tem vindo a desenvolver várias comunicações em congressos e seminários sendo estas parte integrante do plano de comunicação do Projeto e fundamentais para a conservação da natureza, em geral, e das Relíquias da Laurissilva Continental, em particular.

Foi neste sentido que o Life-Relict foi ao seminário do LIFE Imperial, em Castro Verde, com uma comunicação oral inserida no Painel “Educação, Sensibilização e Comunicação” como o objetivo principal de apresentar a estratégia do projeto para a consciencialização pública e divulgação (foto 1).

Dias a seguir, o Life-Relict foi apresentado aos alunos do ensino secundário da Escola de Gouveia, no âmbito da semana da cultura científica organizada pelo Agrupamento de Escolas de Gouveia. Através desta palestra intitulada “Serra da Estrela – Conhecer para conservar”, o prof. Carlos Pinto Gomes, da Universidade de Évora, falou aos alunos presentes sobre o clima, a história geológica, a flora e a vegetação da Serra da Estrela bem como sobre as ameaças à conservação das espécies raras, como é o caso dos Azereiro – espécie-alvo de conservação do projeto Life-Relict. Esta ação teve como principal objetivo a sensibilização e educação ambiental da comunidade escolar sobre a importância de preservar espécies relíquias da Laurissilva Continental (Foto 2).

Posteriormente, a metodologia para a avaliação dos serviços do ecossistema nas áreas de intervenção do Life-Relict foi apresentada no III Congresso Luso-Extremadurense “Ciência e Tecnologias” em Évora (Foto 3).

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A educação ambiental em Seia

Os nossos parceiros de Seia realizaram várias saídas de campo com os alunos do pré-escolar e 1º ciclo na área de intervenção do Projecto, em Casal do Rei.

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Comissão Científica do Life-Relict visita áreas de intervenções

No passado dia 11 de setembro (2019), a Comissão Científica do Life-Relict reuniu-se pela segunda vez e, ao longo de 3 dias, visitou todas as áreas de intervenção do projeto. O principal objetivo desta visita tem por base a relevância de um acompanhamento científico, não só direcionado às ações concretas de conservação, mas também à pertinência de um aconselhamento especializado para a implementação de medidas de gestão no terreno, que visam a conservação das relíquias da Laurissilva Continental a longo prazo.

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Esta Comissão Científica integra vários nomes nacionais e internacionais, especialistas em botânica, geobotânica e alterações climáticas, bem como representantes de entidades públicas de gestão territorial: Carlos Pinto Gomes (Professor na Universidade de Évora, especialista em ecologia da vegetação e coordenador do projeto LIFE-Relict); Sara Del Río (Professora na Universidade de León, Espanha, especialista nos impactes que as alterações climáticas têm sobre as comunidades vegetais); Francisco Vazquéz Pardo (Biólogo e coordenador de projetos de investigação científica no Centro de Investigaciones Científicas y Tecnológicas de Extremadura); Eusébio Cano (Professor Catedrático na Universidade de Jaén, Espanha, especialista em flora e vegetação mediterrânica); Jean Jacques Lazare (Professor doutorado no Centre d`Étude et de Conservation des Resources Végétales e especialista em geobotânica); Pedro Ivo (Técnico do ICNF responsável pela área de Natureza e Biodiversidade, sendo especialista em flora e ponto focal dos projetos LIFE em Portugal); Nuno Fidalgo (Técnico no Município de Monchique no Gabinete de Proteção Civil e Florestas); Cristina Garcia (Técnica na Associação de Desenvolvimento Rural da Serra da Estrela); Artur Costa (Comandante Operacional da Proteção Civil no Municipal de Seia) e Alexandre Silva (Técnico Superior no Município de Seia e especialista em flora da Serra da Estrela). A visita da Comissão Científica às áreas de intervenção do projeto foi também acompanhada pela equipa do Life-Relict.

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A visita às áreas do projeto permitiu à Comissão Científica observar, nos vários locais, as intervenções já implementadas no terreno, criando assim oportunidade para debater ideias precisas e esclarecer dúvidas sobre a forma como estas, e outras intervenções previstas, irão favorecer a conservação das relíquias da Laurissilva Continental a longo prazo. Foi igualmente profícua a oportunidade de esclarecimento sobre casos concretos de intervenções no terreno que visam a redução significativa das ameaças, como é o caso do controlo seletivo de vegetação para reduzir o risco de incêndio e o controlo de espécies exóticas de carácter invasor. Como resultado desta visita, foi possível fazer um intercâmbio de conhecimento e partilha de experiências entre os elementos da Comissão Científica e a equipa do LIFE-Relict, criando assim um momento importante de aprendizagem mútua.

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Não obstante, durante esta visita foi também possível observar outras singularidades da riqueza ecológica existente nas várias áreas de intervenção deste projeto, para além das espécies reliquiais da Laurissilva Continental. A título exemplificativo, em Monchique foi observado o carvalho-de-monchique (Quercus canariensis), o samouco (Myrica faya) e algumas flores-de-papel exclusivas desta serra (Armeria beirana subsp. monchiquensis). Na Mata da Margaraça observou-se o carvalho-alvarinho (Quercus robur), o azevinho (Ilex aquifolium), a aveleira (Corylus avellana), o ulmeiro-montanhoso (Ulmus glabra), assim como outras plantas exclusivas deste local como é o caso da erva-dos-passarinhos (Linaria triornithophora). Na Serra da Estrela, além da paisagem exuberante, foi também possível observar a relação harmoniosa entre o Homem e a Natureza.

Legenda:
1 – Visita à área de Monchique onde estão a ser implementadas as ações de melhoria do estado de conservação das áreas efetivas de adelfeiras.
2 – Explicações sobre as áreas de intervenção do projeto dentro da Serra de Monchique.
3 – À sombra de uma linda adelfeira, a Comissão Científica recebe informações sobre a recolha e propagação de material vegetativo que servirá para as ações de incremento da área deste habitat na Serra de Monchique.
4 – Ainda na Serra de Monchique, visitou-se a área onde serão implementadas ações de incremento do habitat.
5 – A visita à Mata da Margaraça começou pela observação da regeneração natural da área ardida em 2017.
6 – Observação da regeneração natural da área ardida em 2017 na Mata da Margaraça.
7 – Visita à área de Azereiros que se encontra em melhor estado de conservação na Mata da Margaraça.
8 – Oportunidade de intercâmbio de conhecimentos e experiências entre os especialistas, na Mata da Margaraça.
9 – Perto da aldeia de Cabeça, na Serra da Estrela, houve oportunidade de conhecer melhor a área de intervenção do projeto.
10 – Visita à levada de regadio tradicional que foi recuperada com o objetivo de restabelecer a alimentação de água aos núcleos de Azereiros ali existentes.
11 – A professora Conceição Castro foi a nossa fotógrafa de serviço.
12 – Fotografia de grupo com a Comissão Científica e a equipa do projeto que atua na Serra da Estrela.

Estão a decorrer as ações de Educação ambiental em Monchique

E como os pequenitos são o futuro… também de educação ambiental se faz o Life-Relict!

Por estes dias, os alunos de Monchique puderam aprender mais coisas sobre as adelfeiras, um património biológico que é de todos nós, mas que é especialmente deles!

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Decorreu a 2ª Jornada Técnica sobre a Valorização e Gestão dos Adelfeirais Mediterrânicos em Monchique

A Jornada Técnica de “Valorização e Gestão dos Adelfeirais Mediterrânicos” decorreu no dia 6 de junho de 2019 em Vale Largo (Serra de Monchique). Contou com a presença do Ex.mo Presidente da Câmara Municipal de Monchique e com mais de 40 pessoas interessadas em saber mais sobre as comunidades de adelfeira (Rhododendron ponticum subsp. baeticum).

Nesta Jornada houve a possibilidade de acompanhar os trabalhos realizados no âmbito do projeto Life-Relict e debater os principais problemas relacionados com a conservação destas comunidades relíquias.

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Legenda:
1 – À Esquerda Professor Carlos Pinto Gomes, coordenador do Life-Relict, à direita Rui André, presidente do Município de Monchique
2 – Foto de grupo
3 – Adelfeiras
4 – Paisagem de Foia

 

 

Life-Relict sensibilizou a população da Vila de Orvalho

O projeto Life-Relict sensibilizou a população da Vila de Orvalho (Concelho de Oleiros) e seus visitantes, sobre a presença e importância da Laurissilva Continental nesta localidade. Aqui encontra-se refugiado um importante núcleo de azereiros (Prunus lusitanica L.) que tem sobrevivido aos incêndios dos últimos anos.

Neste evento, destacou-se a singularidade deste tipo de vegetação e abordaram-se os principais métodos de gestão.

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2ª Jornada Técnica do Life-Relict irá realizar-se em Monchique

A 2ª Jornada Técnica do Projeto Life-Relict irá realizar-se em Monchique no dia 6 de junho de 2019. O tema será a Valorização e Gestão dos Adelfeirais Mediterrênicos e contará com a dinamização do prof. doutor Carlos Pinto Gomes e Drª Catarina Meireles da Universidade de Évora.

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